Parentalidade por turnos

Trabalhamos por turnos. Os adultos desta casa, diga-se! E agora que penso nisto, não em relação ao trabalho, mas as crianças desta casa também. Perceber que com a mãe, o final do dia é mais metódico e ritmado e com os dois (pai e mãe) a música é outra, convinhamos que deve ser esgotante. 
Sempre que estamos de turnos desencontrados, calham-me as tarefas de final do dia. Trajectos entre trabalho e escolas (escolinha dos miúdos e escola da "teenadulta" que ainda vai ocupando o quarto da miúda pequena), compras pelo meio, banhos, mochilas, roupas, jantares, histórias, xixis que nunca há, e camas. Para a miúda ainda tem que haver tempo para a maminha, mas esse ninguém tem por mim. 
As rotinas fluem, já com alguma naturalidade (custou tanto, tanto, mas tanto a acontecer!) e o número de percalços é diminuto. Bem, há dias em que parece que tudo me acontece, mas já vão sendo, felizmente, poucos. O miúdo é compreensivo, a miúda é paciente, ambos fazem uma birra ou outra mas está quase tudo controlado. 
Quando os nossos turnos são coincidentes há todo um ajuste à parentalidade. Dividem-se as boleias, chegamos a horas diferentes. As tarefas fazem-se a outro ritmo, normalmente mais lento e as rotinas fogem-me por entre os dedos... Há sempre mais birras, que isto de ter um colo suplente dá jeito! Supostamente fico mais relaxada porque estamos dois ao comando, mas na volta há sempre uma mochila que fica por preparar, e um banho que fica para tarde e más horas... 
Sim, tenho todo o respeito do mundo por todas as mulheres que pegam nisto da parentalidade sozinhas. São umas corajosas! Mesmo! Eu, acho que só ao fim de quase um ano de ter sido mãe pela segunda vez, é que me sinto em pleno das minhas capacidades de gestão do que é ser mãe. Ter demorado todo este tempo, pode até ser considerado um luxo... Mas a minha questão é a seguinte:
Cai o Carmo e a Trindade se disser que nos dias de hoje, no que toca às rotinas, me desenrasco melhor sozinha? 
A minha sorte é que o homem não é meu seguidor, senão ainda me corta o café!


Foto de quando a miúda ainda estava cá dentro mas que descreve tão bem a nossa cumplicidade. E é só por isso que eu posso fazer desabafos destes!

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