As mães não são doidas.

As mães não são doidas.
As mães sabem tudo, mesmo quando o tudo não se parece com nada.
E quando as mães não sabem, sentem. Sentem lá dentro, como um semáforo intermitente, que dá um sinal e que ressoa na cabeça, aperta a garganta e aflige o coração.
As mães não são doidas.
As mães, que aos olhos dos outros são doidas, são levadas a duvidar do que sentem mesmo sem o conseguir explicar. São como que desviadas de uma espécie de trilho suspenso de incertezas, para uma estrada robusta de supostas certezas. E as mães, que não são doidas, gostam de certezas. Preferem certezas. E começam a acreditar que talvez possam estar doidas!
E não, as mães não são doidas. Não é falta de férias, nem de uma boa noite de sono. Não é insegurança nem inexperiência. É a voz de quem conhece os filhos pela alma.  De quem antecipa, tantas vezes a medo, o futuro.
As mães não são doidas, e não precisam de gente que lhes diga isso, nos olhos, com confiança. Por outro lado, precisam dessa confiança para avançar sem medo e resolver anseios apertados.
Gente doida há aos montões, mas as mães não são doidas! 
Podem aproximar-se à confiança. Mas não tragam a descrença ou a verdade absoluta. Porque as mães, que não são doidas, também mostram os dentes e afiam as garras nos fundamentalismos e nas críticas gratuitas. E nunca se sabe o que é que as mães (que se podem tornar doidas por minutos) podem fazer! Eu cá, não arriscava...

Fotografia da sessão de gravidez da míuda, pela lente da Charisma

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