Quero que se portem como uns crescidos mas muito devagarinho. Que falem baixo e que cantem alto. Que dancem muito e que, de vez em quando, se desliguem da corrente. Quero que brinquem no jardim, que façam bolinhos de lama e que, se possível, sujem pouco a roupa. Quero que vejam menos televisão mas que guardem aquelas memórias boas, dos desenhos animados preferidos. Quero que comam menos açúcar, e que venham comigo para a cozinha fazer aquele bolo de chocolate ao sábado à tarde. Quero que observem as borboletas, as nuvens, e as ondas do mar. Quero que vão por aí, à descoberta mas que não me larguem a mão. E que cresçam com a sensação que o mundo é uma ervilha e que podem chegar onde quiserem, sem nunca se esquecerem do caminho de regresso a casa. Quero dar-lhes muito colo, aconchega-los à noite e aproveitar as manhãs na cama (ah se quero!). Quero que comam tudo o que está no prato, e a avó quer que comam todas as bolachas de chocolate do pacote. E quero continuar a dar-lhes aqueles beijinhos que curam tudo, quando esfolarem os joelhos e quando a vida não lhes for tão simpática. Quero vê-los de sorrisos rasgados e de olhos emocionados. Quero leva-los a viajar de balão de ar quente e quero que me ensinem a não ter medo de aranhas. Quero tantas coisas, quero tanto. Por eles, e por dias como este, não quero nada e quero tudo. Aos meus miúdos...
A BLOGGER
Mulher incrivelmente mau feitio que quase sempre (dizem que não), reverte com um par de cafés. Pragmática e independente, mas anda sempre com a miudagem a reboque. Mãe de dois miúdos barulhentos e desordeiros, que a põem nos trilhos certos todos os dias. Enfermeira há séculos (são só uns anos mas parecem-se com toda uma vida). Não, nunca quis ser médica, e se fosse hoje talvez tivesse sido astronauta. Há silêncio lá em cima certo? Já disse que tenho O Espírito da Mula?
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