Somos 4 e agora já é bom...

Primeiro éramos só dois. E era bom. Namoros bons com jantares tardios (sopa-0, tapas-muitas) e cinemas da última sessão. Incrivelmente não adormeciamos a meio, e mais incrivelmente ainda, no dia a seguir, não acordavamos estourados. E os fins-de-semana fora? Era só lembrar-me, à sexta-feira, que o sábado, na outra ponta do país devia ser giro... Eram duas malas (a grande era minha, a pequena era minha e dele). Às vezes, acho que era rica e não sabia! Acho mesmo que era bem abastada e nem me apercebi... Havia tempo de sobra para tudo, muita disponibilidade e tanta vontade! Enfim...
Depois passámos a 3 e era bom. Arranjámos uma rotina e começámos a jantar em casa (sopas-tantas, tapas-0). Os filmes começaram a ser divididos em 4 partes e escolhidos a dedo (curtos, leves e para pouca choradeira que as hormonas são tramadas). Os fins-de-semana fora foram reduzidos, porque dois dias eram pouco tempo de lazer na equação tempo de viagem/ coisas para levar/ paragens pelo caminho. As malas continuaram a ser duas (a grande para o miúdo, a pequena para o miúdo e para os pais). O tempo parecia sempre pouco, o dinheiro nem se fala. A disponibilidade foi caindo e a vontade perdeu para a preguiça.
E depois passámos a 4 e foi bom. Foi bom e tão duro. Talvez até mais duro que bom. A rotina ficou virada do avesso. Havia jantares com sopa? Nem me lembro bem. Havia um mundo todo para reorganizar, muitos colos para dar. Chorava o mais velho, a mais nova e chorava eu. Não havia paciência para filmes, para fins-de-semana, ou para ir ao café. E havia sempre tanta coisa para fazer! O mais velho que pedia para manter as rotinas dele, a bebé que não podia esperar, e eu toda queimadinha. Passámos a 4 e foi a coisa mais difícil que já me aconteceu. Foi esgotante. Foi tão mas tão duro. E agora, meio ano depois, é bom outra vez. Somos 4 e agora já consigo dizer o quanto é bom. Ainda há frustrações mas já não há choro aos soluços. E já se come sopa outra vez, yeah me!!! Já se planeiam férias, e as malas são as mesmas (duas para os miúdos que nós levamos só a roupa do corpo!). Dinheiro cada vez há menos e a disponibilidade está na reserva. A vontade? Essa é de fugir daqui pra fora, mas não contem a ninguém, é segredo! 


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