Vamos falar de terapia?

Chegamos quase sempre atabalhoadamente, à terapia, àquela que nos venderam (porque são milhentas e aceito o que nos propõem) como sendo a mais indicada para o desenvolvimento da miúda. E a terapia não é só isso mesmo porque envolve tempo, disponibilidade física e dinheiro. Por pouco que possa custar (se até se conseguir que seja comparticipada), sai do orçamento familiar e isso faz toda a diferença. Mas regra geral, sai muito cara.
A terapia é paga à sessão, tendo em conta que o número de sessões por semana pode ser alto ou baixo. A ter em conta está também a disponibilidade que cada criança tem para a sessão (que está agendada para aquele dia, àquela hora), que sendo nula e a miúda não colaborar nada, é paga na mesma. Estou a falar de uma criança que ainda não tem dois anos e que nem sempre tem vontade de ir ali “brincar”, e a quem não pode ser pedido, simplesmente, que colabore. Se por ventura isso acontecer, e se houver choradeira do primeiro ao último minuto, não faz mal, o pagamento é feito no mesmo local, e a sessão conta como realizada.
No pós consulta de especialidade é-nos sugerida outra terapia, também ela adequada à miúda. Nestas alturas não há pai que diga que não quer. Não há como dizer que não a algo que será sempre pelo melhor, e prontamente digo que sim. Prontamente também, surgem na minha cabeça todas as questões adjacentes: “onde é que posso cortar no orçamento familiar para pagar mais uma terapia?”; “onde é que vou encaixar mais um par de horas por semana na agenda familiar?”; “como é que vou explicar ao miúdo que vou deixar de ir assistir ao treino de futebol, porque tenho que acompanhar a miúda a mais uma terapia?”. Esta última é, quanto a mim a pior, já que me deixa sempre com a sensação de que o deixo para segundo plano, embora me esforce todos os dias para o compensar.

(Um dia destes continuo…)



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