Power Bank

É a minha power bank.
Pergunta-me sobre as raízes das plantas e a sua força. Quer saber o tamanho das copas das árvores e como é que as aves as escolhem para fazer os ninhos. Pergunta sobre o sal do mar e de onde vem a areia.
Enche-me de orgulho quando me diz que eu sei todas as coisas do mundo, com excepção de alguns sinais de trânsito (aqui já me envergonha!). Sabe o nome de todos os dinossauros, mesmo os que só existiram nos desenhos dele. Quer ser arranjador, e talvez tenha teimosia suficiente para arranjar o mundo. Faz-me saltar, tantas vezes, a tampa do meu pote da paciência. E sabe sempre quando é que eu preciso de colo. Não me fala sobre ele, dificulta-me a vida, mas fala sobre os outros como se os conhecesse desde sempre. É atento, atencioso e extenuante. Faz-me revirar os olhos, quando pela décima oitava vez, contra argumenta os meus argumentos. E não desiste nunca. Respiro fundo, tantas vezes, quando vencida por ele e pelo cansaço, dou mais um pontapé na bola ou canto mais um refrão de uma canção.
Toda a minha vida soube que o ia ter mas nunca me passou pela cabeça que ia ser o meu espelho, a minha força e a minha resistência. 
Carrego-me nele.
É a minha power bank.


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