Há miúdos que acordam de manhã e se fazem à vida, às vezes sem sair da cama, outras vezes sem abrir os olhos. Há crianças que se fazem à vida, com mais limitações do que aquelas que conseguimos imaginar. Há filhos que sem saber, carregam pais ao colo, e lhes mostram caminhos pouco iluminados e muito sinuosos. Sem medos, com brilho refletor próprio.
Não são miúdos especiais, crianças especiais ou filhos especiais. São antes miúdos, crianças, filhos com ganas de viver. De tal maneira ganas, que mesmo contra todos os dias maus, nos empurram sem pena contra a vida.
"Especial" soa-me sempre a condescendência, e eles merecem antes oportunidade. Mesmo quando a oportunidade nos faz limpar as lágrimas dos olhos e cair novamente. Mesmo quando a oportunidade nos faz desejar ser "especialmente comuns". Aos meus olhos, crianças, miúdos, filhos "especiais" são todos, e este carimbo que se põe nos diferentes, não faz sentido nenhum. Ser-se criança já é, só por si, especial. A maneira como a infância se apresenta para algumas é que poderia ser um pouquinho mais mágica.... Digo eu.
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A BLOGGER
Mulher incrivelmente mau feitio que quase sempre (dizem que não), reverte com um par de cafés. Pragmática e independente, mas anda sempre com a miudagem a reboque. Mãe de dois miúdos barulhentos e desordeiros, que a põem nos trilhos certos todos os dias. Enfermeira há séculos (são só uns anos mas parecem-se com toda uma vida). Não, nunca quis ser médica, e se fosse hoje talvez tivesse sido astronauta. Há silêncio lá em cima certo? Já disse que tenho O Espírito da Mula?
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