ASSIM SEM MAIS MERDAS:
Não sou o tipo de mãe que gosta de se sentar a
brincar com os filhos. Culpa das terapias e das brincadeiras
direccionadas. Culpa do olhar de terapeuta e não do olhar de mãe, quando
corrijo o sentar ou um alongar da articulação. Culpa do cansaço, da
impaciência e de mais mil e uma coisas que podia até, atribuir a este
feitiozinho. E tudo bem, porque no final das contas, sento-me e muito,
para brincar com eles. E se não brincasse tudo bem também, que com certeza
entretém não iria faltar. Acontece que não só não gosto de o fazer,
como me chateia o não ficar por ali a observar ou a tirar fotografias,
sossegada sem grandes interferências. Chateia-me não achar banalíssimo a
manipulação articulada de uma pinça ou o fazer bolinhas de plasticina
por dar cá aquela palha. E chateia-me não dar por garantido todas as
etapas do desenvolvimento e andar em busca de actividades com pontencial
para fazer mas depois não se encaixam porque são todas by the book e
para quem não segue linhas, não servem. Pudesse eu deixa-los a brincar
sozinhos com lama, dois paus e uma chaleira de plástico, sem estar
preocupada com o alongar do cotovelo ou com a pega, à esquerda, do bule e
sentava-me muito mais descansadinha e com gosto, a brincar. Assim,
sempre que faço a dança da vitória, quem se chateia comigo são eles...
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